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Data: abril 24, 2023
Um texto de Mary Greer
21 maneiras de se olhar uma carta – Mary Greer
Se esqueça daquelas longas e complicadas tiragens; tente passar uma hora ou mais com apenas uma carta de Tarot. Com um pouco de aplicação você receberá informações mais detalhadas do que de uma longa e rápida tiragem.
Você vai precisar de um baralho completo com cenas desenhadas nas cartas ou apenas os vinte e dois Arcanos Maiores de qualquer baralho. Embaralhe e tire uma carta enquanto pergunta “Para o que mais preciso olhar em minha vida agora?”. Leia a carta na posição perpendicular usando os seguintes passos, tentando todos, na ordem, pelo menos uma vez. Depois você pode se focar nas etapas como melhor se adaptar. Quanto ler uma tiragem, use essas técnicas para despertar suas próprias idéias ou para explorar o significado das cartas com maiores detalhes.
Durante a aprendizagem é ideal trabalhar com um companheiro que aja como uma testemunha para seu próprio processo e insights. Se não for possível, fale alto, escreva em seu diário, ou grave suas respostas. Tire uma carta por dia, e a analise através dos passos abaixo, em qualquer ordem. No dia seguinte faça notas sobre o que realmente aconteceu. Em apenas dois anos você trabalhará com cada uma das cartas em média de cinco a dez vezes, e então poderá construir um rico estoque de associações pessoais.
1 – Diga o nome da carta em voz alta. Parece simples, mas já vi muitas pessoas olharem para a carta sem saber o que dizer ou de onde começar. Isso é chamado de “início de análise”, e serve para colocar as palavras em movimento.
2 – Qual o número da carta? O que este número significa? (Por exemplo: “Dois se refere a chances e decisões.”) Pesquise o significado dos números em diversos livros de Tarot, e faça uma lista das palavras e temas relevantes. Então pegue todas as cartas do número, incluindo os Arcanos Maiores, e diminua sua lista para algumas palavras-chave que melhor servem a todas as cartas. Da mesma forma, desenvolva palavras-chave para cada personagem das cartas da côrte, como “Cavaleiros são sobre buscas e uso de habilidades de cada naipe”.
3 – De qual naipe é a carta? Nomeie diversas características deste naipe (“Copas são sobre sentimentos e emoções” ou “Arcanos Maiores são princípios que nos ajudam a nos transformar”). Crie sua própria lista de palavras-chave como no passo 2.
4 – Coloque as etapas 2 e 3 em uma sentença ou questão curta (“Que escolhas você está fazendo em sua vida emocional?”}.
5 – Simplesmente descreva a carta. Seja literal. Nada de interpretações ou significados (“Duas pessoas oferecem taças uma à outra. A da direita avança com sua mão direita… sobre eles existem…”). Fale por dois ou três minutos ou escreva por cinco.
· Repita sua descrição na primeira pessoa do presente (“Ofereço uma taça a outra pessoa. Avanço com minha mão direita…”)
6 – Neste e nos próximos passos, transforme seus relatos em questões abertas, como “Quem você está tentando alcançar?”. Responda com seu primeiro pensamento. Também noticie imagens e cenas que chegarem espontaneamente para sua mente. Tente capturar e descrever esses insights mentais ou flashs de memória.
7 – Descreva o que parecem ser as emoções, sentimentos e atitudes das figuras na carta e o ambiente e atmosfera da situação.
· Repita a descrição na primeira pessoa do presente.
8 – Faça uma história infantil ou um conto de fadas sobre o que está acontecendo na carta. Seja infantil e criativo. Não pense, apenas fale. Comece com: “Era uma vez…”
· Repita sua história na primeira pessoa do presente.
9 – Noticie quaisquer pensamentos, crenças ou opiniões que vierem enquanto você realiza as etapas acima (Por exemplo, “É bom estar emocionalmente aberto, dando e recebendo). Se pergunte (ou a seu cliente) como esses pensamentos podem ser relevantes, então os deixe ir. Não fique preso a quaisquer idéias ou opiniões como sendo “certas”ou “erradas”. Se estiver lendo para outra pessoa, não faça julgamentos sobre se algo é bom ou ruim para ela.
10 – Quais expressões, dizeres ou clichês são sugeridos pela imagem da carta? (Por exemplo, “com uma mão na frente e outra atrás” para o Cinco de Pentáculos. O Dez de Espadas poderia ser: “apunhalado pelas costas” ou “arruinado”)
11 – Quais são as interpretações tradicionais da carta? Anote as idéias que coletar. Olhar nos livros o significado das cartas não é “colar”, e sim ganhar uma perspectiva analítica maior.
12 – Qual o significado de cada imagem, símbolo e cor na carta? Dicionários de símbolos ajudarão aqui.
13 – Como todos os fatores acima se relacionam com sua vida neste momento? Apenas descreva as primeiras circunstâncias que vêm à sua mente, e faça associações. Esta etapa pode se repetir ou vir em qualquer ponto da análise.
14 – Imagine todo o alcance do significado da carta se esticando por uma linha ou espectro, do mais problemático para o mais benéfico (Prefiro estes termos a “mal” e “bem”). Dê um exemplo concreto de cada extremo. Para ajudá-lo a projetar os significados, mova sua mão como um ponteiro sobre a linha até que você sinta onde está agora. Determine onde quer estar. Que sombra de significado é sugerida por este novo ponto? Como você pode se mover de onde você está para onde quer estar?
15 – Dramatize a cena representada na carta. Seja preciso. Dedique-se e realmente se sinta na situação. O que você está fazendo? Como se sente? O que quer, do que precisa? Por que você está aqui? Examine, toque e use os objetos encontrados na carta (Com o Dez de Espadas, sinta as espadas em suas costas. Como é ficar nessa situação? O que você pode ver? O que acontece se você resistir à situação ao invés de se render a ela?).
16 – Feche os olhos, ou olhe para a carta com olhos semi-abertos, enquanto respira profunda e ritmadamente. Imagine a carta crescendo cada vez mais até que as figuras tomem pelo menos um tamanho real. Pise nas bordas das cartas e entre. Olhe ao redor. O que você vê? Toque um objeto e sinta sua textura. O que você ouve? Sinta o cheiro do ar. Mergulhe em um dos Arquétipos da carta e absorva sua energia única. Como ele se move, como age? Qual é sua atitude? Fale como o Arquétipo. Que conselhos ou explicações ele pode oferecer? Como os objetos e símbolos da carta devem ser usados? Se separe da figura, e agradeça a ela. Então saia da carta, e a veja diminuir para seu tamanho natural. Respire fundo, se sentindo de volta ao próprio corpo, e abra os olhos. Lembre-se de que o conselho do Arquétipo não é definitivo, mas apenas sua própria perspectiva. Você pode precisar ouvir e avaliar várias perspectivas diferentes expressas por outras cartas antes de fazer a sua própria.
17 – Escreva um diálogo com uma ou mais figuras da carta – não pense antes de escrever e não se preocupe com ortografia ou gramática. Cada figura (incluindo você mesmo) tem uma voz diferente. Faça perguntas. Você pode, por exemplo, pedir que cada figura no Cinco de Bastões ou Cinco de Espadas conte sua história, incluindo o que querem. Faça as respostas.
18 – O que a carta (e suas figuras) têm para ensiná-lo? Se você ainda está em dúvida, pergunte às figuras. Fale a primeira coisa que imaginar ouvir delas.
19 – Quais são as qualidades que você vê na carta que você mais gostaria de desenvolver? Toda carta guarda algo de valor. Escreva palavras e frases descrevendo essas qualidades. Agora as transforme em uma afirmação que declare que você já tem, e está usando, essas qualidades em sua vida, a partir de agora. Use a primeira pessoa do presente, e um verbo ativo se possível. Por exemplo, ” Eu danço” ao invés de “Sou um dançarino”. Não use expressões negativas.
20 – Se a carta aparece na tiragem, observe como ela é modificada por outras cartas ou por estar reversa*. Alguns aspectos de seu significado estarão ampliados, opostos ou fora de foco. Observe a repetição de naipe, número, cores, formas, figuras, fundo ou detalhes nas roupas, ou temas. Anomalias (falta de similaridade) podem ser igualmente importantes. Note em qual direção as figuras estão olhando ou para onde se movem.
· Veja meu artigo em Cartas Reversas no Calendário Llewellyn’s de Tarot de 2000.
21 – Quando ler para outros, olhe para a carta através de seus olhos. Simplesmente os guie através desse processo. Não faça julgamentos sobre o cliente ou a situação. O que parece questionável para você pode ser uma hábil estratégia de negócios de que o consulente está muito orgulhoso. Deixe a pessoa experimentar as cartas e falar pelas figuras. Repita o que eles dizem para ajudá-los a reconhecer seu próprio conhecimento e para enfatizar seu próprio conhecimento.
Usando essas técnicas você pode ser um guia competente e um claro espelho para si mesmo e para as pessoas que estão em seu processo de auto-descoberta.
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