A Lua e o medo
O medo e a dúvida constituem os portões básicos para a negatividade. Tais atitudes servem de alimento ao consenso de que estamos separados da Divindade. Vamos examinar a dinâmica existente por trás do medo. O medo é prerrogativa da vida na matéria física. Está sempre relacionado ao corpo e a alguma forma de sobrevivência. Examine-o e verá que se relaciona à ansiedade referente a ser magoado fisicamente, a não ser de algum modo persistente, a não ter dinheiro para sobreviver, a morrer. Quando você sabe que não é seu corpo físico, a dinâmica do medo começa a perder a influência sobre você. Mas ainda há a memória do medo dentro das células de seu corpo. Ele é intrínseco ao corpo da matéria e reminiscente da consciência animal. É a maneira pela qual o corpo nos adverte. Quando você atravessa uma rua e há um carro se aproximando, o corpo, instintivamente, o sentirá e o mobilizará. Quando há um vulto ameaçador no ar, ou seja, a presença de um criminoso ou uma sensação de morte ou destruição iminente, você a sentirá no seu corpo emocional. Você registra vibrações opressivas ou violentas através da premonição. Seu corpo mental serve também para alertá-lo, através de deduções intuitivas. Essas formas de medo são parte dos mecanismos dos corpos inferiores em sua expressão na vida da terra. A manipulação ocorre quando alguém ativa estes mecanismos, com propósito de obter o controle sobre pessoas e situações.
Pergunte-se quem se beneficia com o medo induzido. Os sacerdotes, os políticos, as instituições, as autoridades…O medo escraviza. Quando uma mulher tem medo de seu marido deixá-la, ela renuncia a seu poder, sua autoridade como ser -Deus, sua autonomia e sua independência. Ela adquiriu a crença de que não pode sobreviver (mesmo emocionalmente) por si própria.” São nestes momentos que nós tarólogos somos procurados”. Ele me ama? Ele tem outra? Ele vai me deixar? Quando uma pessoa tem medo de não conseguir o aluguel do mês seguinte, passa a crer que não tem sorte e nem capacidade. De algum modo acredita que não tem valor. A falta de recursos físicos está intimamente ligada ao medo e à culpa.
Desse modo, as pessoas têm medo de aviões, de ruídos altos, de relacionamentos, de progredir profissionalmente…faça você mesmo à sua lista! Tememos que algo possa nos prejudicar, a menos que acreditemos em tal ritual, pessoa, causa ou produto-exterior a nós mesmos. A arte não só está em aprender essa dinâmica, mas em aprender a decifrar os sinais e separar os temores reais (que são avisos verdadeiros) daqueles induzidos (propaganda). A repetição de afirmações positivas, seja lá quais forem, reprograma nosso circuito mental e emocional e nos distancia de nossa sensação de impotência. É surpreendente como muitas pessoas se veem como um corpo, um nome, uma profissão, um sexo ou uma personalidade, pouco percebendo que a identidade é uma criação, que pode ser descartada e resignificada, percebendo que é dispensável, ilusória e irreal. A percepção disso marca o passo principal na nossa libertação do medo. O medo é assassino. Ele abre a porta para a negatividade, a manipulação, ao controle externo. O contato experimental com o Eu Divino (Eu Superior) é o antídoto!
Zulma Reyo
Extraído do livro: Alquimia Interior – Ed. Ground – Zulma Reyo
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